Embargo russo faz exportações de carne suína do RS despencarem em 2018
EMPRESARIAL
Publicado em 19/06/2018

Após o embargo russo contra a carne suína do Brasil, o Rio Grande do Sul, que é o segundo maior produtor do país, sofre os impactos da restrição com a queda nas exportações.

Desde janeiro, as exportações têm caído de forma gradativa. Com oito toneladas exportadas, o resultado de abril foi mais de 40% menor que o registrado no mesmo período de 2017, quando foram exportadas 14 toneladas. Os dados são da a Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul.

A entidade estima que desde o começo do ano o faturamento com a venda de carne de porco caiu 80% em comparação com o ano passado, porque a Rússia, responsável pelo embargo, é a principal compradora do produto brasileiro.

O embargo é resultado de problemas nas negociações entre os governo brasileiro e russo. Por conta disso, a indústria gaúcha trabalha em ritmo lento. No entanto, a alta da moeda americana pode fazer com que o setor possa voltar exportar.

"Em volume de exportação, houve uma redução, mas com o dólar valorizado isso acaba ajudando o saldo positivo dessa venda [...] favorece a questão da exportação e ajuda a melhorar as balanças das indústrias", afirma economista Cátia Rossa.

Essa variação cambial gera expectativa de aumento nos lucros dos frigoríficos. Além disso, para o consumidor brasileiro, o preço do porco se mantém estável desde o início do ano.

"Durante este ano nós não tivemos variações nenhuma praticamente, preço estável tanto à nível de custo, como para o consumidor também", afirma o gerente de varejo Waldemar Seger, que trabalha em uma rede de Santa Rosa, no Noroeste do Rio Grande do Sul, responsável pela venda mensal de 50 toneladas de carne suína.

Mas por outro lado, essa mesma alta do dólar, que favorece as exportações, prejudica os criadores, por conta do aumento dos insumos. "Estão subindo, e o nosso produto desvalorizou, então não estamos mais conseguindo fechar essa conta", afirma o suinocultor Clairton Schardong

A Associação Brasileira de Proteína Animal informou que está em negociação com a Rússia para a retomada das exportações. No entanto, de acordo com o Ministério da Agricultura, ainda não há previsão para o retorno das vendas.

 

Fonte: G1

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