Longe das coisas que mais gosta, Renato Portaluppi não viveu das melhores semanas desde que voltou ao Grêmio. Viu seu camisa 10 e jogador diferenciado se lesionar e sofreu um mar de críticas por não acompanhar o time em Brasília, na derrota para o Flamengo, na Primeira Liga. Inquieto, parece ter a necessidade de aproveitar cada minuto para conseguir resolver todos os problemas que aparecem a sua frente.
Cada passo no clube tem o conhecimento do treinador. Mas Renato, ídolo da torcida, rechaça o rótulo de "superpoderoso" e cita até mesmo "perseguição" pela repercussão dada a suas declarações e atitudes.
– O Renato tem superpoderes... Isso não existe. O Renato é empregado do clube. Tem um chefe, que é o vice-presidente Odorico Roman, e o presidente. Eles me escutam, eu procuro falar o que é preciso, o que é necessário. Mas a decisão cabe a eles. Quem cuida do dinheiro é eles – diz o técnico em entrevista exclusiva ao GloboEsporte.com.
Em 20 minutos de conversa, Renato falou sobre a lesão de Douglas, seu provável substituto, a necessidade de contratar mais um meia, a indicação de um diretor executivo para a diretoria e suas preferências táticas e futebolísticas. Em uma sala próxima do vestiário, chegou apressado – afinal, tinha uma reunião com a diretoria dali alguns instantes. E saiu da mesma maneira, sempre cordial e a sua própria maneira de ser.
Renato tem convicção no trabalho feito. Não nega que o clube precisa contratar para a Libertadores. Mas acredita no dia a dia em Porto Alegre. Abre mão do prazer pessoal para elevar o Grêmio novamente ao posto de campeão, dessa vez, do continente.